Católicos em França se manifestam pelo direito de ir à missa
Segundo a RFI a manifestação parisiense estava prevista para o início da manhã de domingo em frente à tradicional igreja de Saint-Sulpice, no sexto distrito de Paris. A secretaria de Segurança da capital proibiu o protesto alegando que uma primeira manifestação no local, na sexta-feira (13), desrespeitou as restrições em vigor contra a pandemia de Covid. Os fiéis se aglomeraram na rua para rezar, o que está temporariamente proibido desde a entrada em vigor das novas do segundo lockdown, no dia 30 de outubro.
Já em Bordeaux, no sudoeste da França, mais de 300 católicos puderam se reunir em frente à catedral da cidade. Contrariando as normas, eles rezaram e entoaram cânticos religiosos no local. Os organizadores foram convocados à delegacia nesta segunda-feira (16).
O governo alega que as missas estão suspensas, mas as igrejas estão abertas para orações individuais. Para os fiéis, isto não é suficiente.
O núncio apostólico de Lyon, entrevistado pela France Info, Michel Dubost, pediu paciência aos católicos. “Não somos as únicas vítimas do coronavírus”, ponderou.
Por sua vez o ministro do Interior, Gérald Darmanin preveniu os fiéis na sexta-feira que eles poderiam ser multados se continuarem a se aglomerar e rezar no meio da rua. Darmanin indicou que iria reunir pela segunda vez os representantes das principais religiões do país nesta segunda-feira. Na pauta das discussões estarão “as condições para uma autorização dos cultos religiosos em função da evolução da situação sanitária”.
Manifestações contra as medidas restritivas anticovid em vigor na Europa também foram organizadas em outros países do continente. Em Portugal, onde foi decretado toque de recolher, centenas de pessoas desafiaram as proibições e participaram de uma “Marcha pela Liberdade” nesse sábado (14), em Lisboa. Na Alemanha, centenas de moradores de Frankfurt e de outras cidades voltaram às ruas para protestar contra as restrições e as manifestações foram dispersas pela polícia com jatos de água.
Os protestos acontecem em um momento de aceleração do número de contaminados. O último balanço divulgado neste domingo indica que em todo o mundo, a Covid-19 fez 1.313.471 mortos e contaminou mais de 54.001.750 pessoas. Somente no sábado, foram 9.246 vítimas fatais e 607.998 novos casos.