Greve de fome de empresários portugueses continua depois de uma semana
O ato, que já conta com nove empresários, tem recebido apoio por parte da população do país, enquanto alguns acreditam que o pequeno número de manifestantes representa milhares de outros empresários em situação semelhante. Os manifestantes, que estão acampados em frente ao Parlamento do país desde o dia 27 de novembro, estão a se alimentar apenas de água, chá e café doados por seus apoiadores.
Bares e casas noturnas estão fechados em Portugal há nove meses, desde o anúncio do primeiro lockdown, em março. Os restaurantes até foram autorizados a reabrir em maio, mas um toque de recolher instaurado nos fins de semana em grande parte do país desde 8 de novembro irritou empresários do ramo, que temem que seus negócios não sobrevivam.
Se por um lado as medidas de combate à COVID-19 são adotadas pelo governo português na tentativa de frear a propagação da pandemia, por outro empresários de diferentes setores estão a sentir os efeitos económicos das restrições nos horários do comércio e de restaurantes. Segundo a imprensa portuguesa, os protestos são contra a deficiência e a lentidão do governo em ajudá-los, e também para pedir o retorno das atividades económicas em horários normais de funcionamento.
A RTP noticiou ontem que dois empresários do “Movimento Sobreviver a pão e água” tiveram de ser assistidos no Hospital porque a greve de fome chegou ao sétimo dia e o ministro da economia afirma não ser possível responder a todos os casos.
Sobre os protestos, o primeiro-ministro português António Costa esclareceu o seguinte ao jornal Economia ao Minuto: “Do conjunto das 16 questões reclamadas pelos empresários em greve, “muitas já existem, outras não são pura e simplesmente aceitáveis”, como é o caso de conceder apoios independentemente de as pessoas terem regularizado ou não a sua situação perante o Fisco e a Segurança social.
“Quando nos pedem o fim das restrições, respondemos que não podemos colocar em causa a saúde das pessoas. E quando nos dizem que esses apoios devem ser concedidos independentemente de estarem regularizadas situações perante o fisco e a Segurança Social, isso obviamente não é aceitável, porque o esforço de solidariedade deve ser de todos para com todos”, frisou.